Panteão Vital

29/03/2010 23:25

 


Panteão Vital
 
William Buonani Gouveia
08/02/2010
 
Prólogo: Invocação à Deusa-Musa Diana
Não vá ao vazio da noite fria. Corte sua angústia melancólica, pálida e sombria. Diana, tu és caçadora, não permitas às estrelas partir, pois somos poeira delas, aqui manifestas. Ó noite escura e misteriosa, eis que, nos bosques, as folhas e flores conversam entre si o futuro da humanidade, eis que sabemos a agua não vacila na encosta, ruma sempre em uma única direção, aquela que a leva para o oceano da transformação.
 
___
 
I
 
Quem escreves, merece à morte por dizeres palavras?
 
Ó, vil assassino do tempo e do verbo, vai contra a natureza do vento, que tudo leva e espalha em campos férteis, improdutivos e fertilizados pela água vermelha das bruxas ao anoitecer, que ocorre uma vez por mês a passagem destas águas vermelhas e férteis ao solo.
 
II
 
Eis que que Apolo, invejando a luz de si próprio, fez com que Diana o invejasse e o desejasse de volta para si. Eis que Diana é mulher, sabe atirar-se em braços másculos, envoltos de sedução, gerando vida, intrigas, morte, loucuras e sorte. Eis que Diana é mãe, navegante da vida alheia, que lhe presenteia com astúcia, e os afasta da vida soturna da Noite impura e demente, pois, Ó Noite, tu não és crente. És vivente, pagão, amor, tesão, luz, luxúria, Luciferiana, és abstração, no penhasco da ilusão.
 
III
 
Mergulha então, em si mesmo e revela a luz nas trevas do teu coração, pois, a vida flui em todas as direções.
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